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Mostrando postagens de 2012

FOFOCA

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Uai! Lá vem Sofia, filha de Manoel das Cruzes, e Ambrósio, filho de um grande amigo meu, Venâncio, aquele que mora lá pras bandas do Rio do Peixe. Epa!! De onde estão vindo estes dois, desconjuro! Cruz Credo! De pensar que seus pais não se bicam. Venâncio é uma boa pessoa, mas quando pisam no seu calo, sai de baixo, vira bicho, só vendo, Agora o Manoel das Cruzes, tá   pra nascer cabra tão ruim.             Mas vamos deixar disto que vosmicês é capaz de pensar que sou fofoqueiro, num sabe que fofoca a gente aqui de Pilar de Goiás não faz não, o máximo é um “comentariozinho sem maldade.” Temos até uma história que apresenta bem esta cidade.              Tudo aconteceu quando foram contar para Cida, Filha de Tiquinha, que viram ela e o Bastião Gudinho   lá pras bandas do morro do suspiro, que tem este nome... Bão, deixa pra lá.             Cida ficou uma fera, quando tomou conhecimento, atravessadamente, por meio de Benedita, do que estavam falando dela na cidade. Nessa ho

Cofiemos na conquista dos Africanos!!

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  Como brasileira, morando em um país cujas leis possuem um rol de direitos e garantias fundamentais, baseadas no chamado "Princípio da Dignidade Humana”, t enho acompanhado com preocupação, desde 10 de agosto, a greve nas minas de platina da companhia Lonmin, n a África do Sul. Mineiros reivindicam aumento salarial e condições de trabalho. Acreditamos que a humanidade já deveria ter superado situações como esta, em que trabalhadores chegam ao extremo de abrir mão da própria vida, para aprimorar as condições de trabalho e diminuir a desigualdade financeira de uma categoria profissional. Os mineiros são donos de uma história de enfrentamento racial, entre os negros e a minoria branca, que dominava o país e, economicamente, continuam dominando. Podemos observar r esquício desta cultura com a decisão de prender os mineiros grevistas, aplicando a doutrina do "propósito comum", que durante o “apartheid” foi utilizada para perseguir e deter sistematicamente aos cida

Que parâmetros nos mantém vivos?

Durante muitos e muitos anos eu li. Livros, pessoas, ruas, calçadas... Mas nada se fez distinto. Claro, conciso, limpo.... Que parâmetros nos mantém vivos? Sobreviventes do caos. Durante muitos e muitos anos observei o mundo. Que nunca era o mesmo. Na multiplicidade ou na dualidade. Não consigo fazer a síntese. Bom ou ruim depende do ponto. Não depende de mim.

Tabu: homossexualidade

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Estou incomodada desde o momento em que li o artigo Ensinar a pensar? da jornalista Rosângela Chaves, na quarta-feira, no jornal Opopular. Nele encontrei todos os elementos que estudamos no curso de Filosofia. Reconheci, de imediato, as palavras, os filósofos citados e a intenção do texto em dizer que existem outras perspectivas ao pensamento. É possível pensar diferente daquilo que encontramos no mundo que nos abraça. A idéia contida no texto vem passando de geração a geração, entusiasmando a juventude a tentar pensar um conceito novo para a sociedade. O que não está visível é que é impossível pensar o novo se o antigo não nos incomoda. Ora, hoje podemos dizer, em alto e bom som, que não discriminem os outros pela sua orientação sexual. Afinal, o amor também pode ocorrer entre gays e lésbicas. Quem poderia fazer está afirmação em 1880, no Brasil? Parece algo impensável para aquela época e perfeitamente natural para hoje. Podemos dizer que estamos criando um conceito diferente

FELIPE

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Felipe relembra o nascer do dia em Goiás. As crianças acordando para a aula de dona Tita-olho-roxo. Sete e meia o sino toca, todos correm fazendo fila para o hino nacional. Cada fila com dez crianças, os menores na frente, construindo uma estranha escada. Rosto levantado. Mão no peito e após o hino vem o pai nosso, cantado com voz de cotovia. De repente uma matraca se punha no meio do bando, no fim de tudo: – Bom dia Dona Tita! Gritava o coro. Quase sempre a resposta era um muxoxo, um ranger de dentes apertado, sofrido, como canção de retirante, parecendo mais um adeus ao filho que vai a guerra ou que morreu. Dona Tita-olho-roxo é o retrato do sofrimento. Padecia muito, era o que todos diziam. Havia uma aceitação social do fato. As crianças não entendiam muito bem por que ela sofria. Só se recordam das palavras dos pais – não contraria Dona Tita, coitada! Seja obediente para dona Tita, tadinha! E as frases se repetiam, sempre mudando os adjetivos, coitada, desgraçada, infeliz...

MOÇAS DE FAMÍLIA

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               Felipe observa a pequena cidade de Goiás, cercada de montanhas e construída em solo colonial. A cidade tem de encanto os casarios, cujos quintais terminam em córregos de água fresca.                 Antigamente nos salões passeavam os herdeiros da riqueza, sustentada pela exploração do ouro. Falando tanto o francês quanto o português. As igrejas construídas por escravos ostentam imagens barrocas pintadas a ouro, obra do escultor Veiga Valle.             Em outras épocas  o luxo dos livros e das sedas importadas convivia com a desesperança. Nas primeiras décadas do século XX, já não se construía mais do que uma casa por ano, e nas noites de luar, o lirismo das serenatas era pontuado pelos gemidos da febre, provocada pelo esgoto que corria  a céu aberto.             Felipe olhou para o alto. A noite brilhava sem estrelas. Uma enorme lua cheia clarificando o que a escuridão não poderia esconder. O vento sopra ao longe. Paira no ar uma estranha sensação de vaso

SOMENTE A FLUIDEZ É ETERNA

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  Rubens Alves é um escritor saboroso. Ao longo de seus textos vamos degustando pequenos pedaços de prazer. Martha Medeiros é cotiano.   Pinceladas de felicidade por nada. Nos dois podemos perceber um encantamento. O gozo de estar no mundo, sem   que o peso de todas as coisas o atormente. Amo escritores como Gabriel García Márquez, Cecilia Meireles, Vinicius de Moraes, Umberto Eco, Regina Magnabosco, Carla Ceres, MFC,   e tantos. Quiserá que meu ser fosse assim, SEDUTOR. Ontem, tive tantos pensamentos bonitos; de repente tudo é confusão. Sou fenomenológica. Observo os fenômenos e nada é.   Tudo desliza e me perco. Não sei o que é ser ética, nem moral. Quiserá defender uma “causa”, ou acredita que existem “causas” para serem defendidas. Somente a fluidez é eterna. Esta certeza consome.

O QUÊ FOI?

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- O quê foi? – falou Maria. - Não sei. Tudo é severo, inexplicável. - Por que está em meu quarto?    - Estou em todos os lugares com você. - É sempre assim, sem lucidez. - Ora, não reconhece meu olhar de repreensão. - É tão difícil agradá-la. - Por que conheço seus sonhos de infância,  os mais longínquos. - Qual o problema? - O tempo se esgota.    - O quê quer? - Responda você! Eu sou apenas um reflexo no espelho. 

PERCEBO O INDISTINGUÍVEL

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Corro sozinha, nenhum vocábulo, somente axiomas. Revivo meus entes queridos, que não posso tocar. Lembro coisas que fiz há anos e que ainda me sinto culpada. Perdôo a mim mesma e corro. Reflito acerca de tudo, noto as árvores. Gosto mesmo de correr sozinha! O tempo se torna infinito. Arrazôo a teoria do caos. Penso em mil formulações e conceitos, querendo definir o que sou. Quem sou? Gosto de correr sozinha, mas nunca estou só. Convivo com os pisares desengonçados, elegantes, vacilantes... de tantos que não sou eu. Sou diferente... E mesmo diferente faço parte, como se fosse um fragmento da calçada, um pedaço do  céu. Gosto de correr sozinha, por que percebo o indistinguível.

PÁSSARO SEM CANTO

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  Quero teus olhos nos meus! Todas as palavras na boca! Quero  entender o caos, sintetizando a manhã. Há dor na proximidade que cala. Obscurecendo o  infinito. Está tudo aí? Não sei. Preciso das palavras, não das caretas. Signos e sons... Quero morrer com as sílabas. Nunca no silêncio do ser obnubilado? Pássaro sem canto.

A escolha ecoa no infinito

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Somos eternamente responsáveis por nossas escolhas. Mesmo diante do imponderável. Ainda, confiando que não há alternativa. Sempre será uma escolha. Uma senhora envelhecida e dois filhos adultos e drogados. Opções: deixar que os filhos sigam seu caminho, OU permanecer no inevitável sofrimento: violência, roubo, desrespeito... Quem poderá julgar? Os deuses nos permitiram escolher, mas a escolha ecoa no infinito.

Como deixa-las falar?

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É bizarro desejar algo ardentemente e não ter a graça divina para alcança-la. De onde virá o anseio? O gosto doce do encontro com as letras. A palavra no papel. Precariedade de aptidão. Histórias presas em mim. Querendo ganhar vida. Viver amores, tragédias... Como deixa-las falar?

PEQUENO URSO

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Um urso muito pequeno e carinhoso caminhou até um rio enorme e ficou observando os peixes passarem por ele. Tudo o que conseguia ver era a imensidão das águas, a forma voluptuosa como o vento majorava as  ondas. O rio corria forte, intransponível, soberano, nunca igual, sempre novo, desafiando a vontade. No meio do rio, os peixes a zombar do pequeno urso, que sentiu seus olhos  ficar turvos e uma lágrima percorrer quieta  seu rosto. Ele experimentava sua impotência e a culpa por sua covardia. O rio era demais para o pequeno urso, então se sentou e esperou que seu corpo nada pedisse. - Que faz aí? Perguntou a gaivota - Observo os peixes. Respondeu o urso - É um artista? - Não, tenho fome. - Então, por que não se joga no rio? - Por medo de minha insignificância. Não vê a imensidão, com certeza morrerei. - De todo modo morrerá.  Você já tem um não, agora precisa correr atrás do seu sim. O urso pensou, refletiu e galopou para o rio.

A insustentável perfeição!

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Beatriz aos 40 anos diante da pergunta “Gostaria de voltar a ter 20 anos?” Que maravilha ter 20 anos relembrou Beatriz, onde todas as possibilidades estão latentes. O momento exato em que tudo é possível.  Fazer diferente, ser distinto e criticar. No corpo a vitalidade, no coração o desejo e na cabeça nenhuma razão!  “Não! não desejo ter 20 anos, pois gosto dos meus olhos agora, de perceber as coisas sem pressa, de acariciar as plantas, de ter tempo para cada episódio, sem que nada me pareça inútil. Gosto de saborear a vida em pequenos detalhes, de apreciar meu rosto no espelho e não ter vergonha do meu corpo. O tempo aos 20 anos parece infinito, mas aos 40  ele é o logos , a insustentável perfeição.”
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• Onde encontrar? • O quê? • A libertação de minha servidão! • Que servidão? • A do desejo que balança meus olhos! • Conhece-se a servidão? • Sim, mas não como livrar-me dela! • A resposta não está no desejo, muito menos na servidão! • Então onde? • Em você! • Sou livre para conhecer minha condição de servidão, mas sou escravo por não escolher a liberdade? • Ao conhecer suas correntes é capaz de julgar se permanece acorrentado! • O medo e o prazer me detêm! Medo do desconhecido e prazer no experimentado. • Então já escolheu? • Minha angústia, minha culpa por ser covarde é tudo que tenho! • Não só você mais milhões...!

FÉRIAS

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  As férias chegou e com ela a sensação de não querer. Nenhuma linha no papel! Nenhum esforço! Nada! Apenas o aquietar, nadificando o todo.