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Mostrando postagens de junho, 2012

MOÇAS DE FAMÍLIA

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               Felipe observa a pequena cidade de Goiás, cercada de montanhas e construída em solo colonial. A cidade tem de encanto os casarios, cujos quintais terminam em córregos de água fresca.                 Antigamente nos salões passeavam os herdeiros da riqueza, sustentada pela exploração do ouro. Falando tanto o francês quanto o português. As igrejas construídas por escravos ostentam imagens barrocas pintadas a ouro, obra do escultor Veiga Valle.             Em outras épocas  o luxo dos livros e das sedas importadas convivia com a desesperança. Nas primeiras décadas do século XX, já não se construía mais do que uma casa por ano, e nas noites de luar, o lirismo das serenatas era pontuado pelos gemidos da febre, provocada pelo esgoto que corria  a céu aberto.             Felipe olhou para o alto. A noite brilhava sem estrelas. Uma enorme lua cheia clarificando o que a escuridão não poderia esconder. O vento sopra ao longe. Paira no ar uma estranha sensação de vaso

SOMENTE A FLUIDEZ É ETERNA

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  Rubens Alves é um escritor saboroso. Ao longo de seus textos vamos degustando pequenos pedaços de prazer. Martha Medeiros é cotiano.   Pinceladas de felicidade por nada. Nos dois podemos perceber um encantamento. O gozo de estar no mundo, sem   que o peso de todas as coisas o atormente. Amo escritores como Gabriel García Márquez, Cecilia Meireles, Vinicius de Moraes, Umberto Eco, Regina Magnabosco, Carla Ceres, MFC,   e tantos. Quiserá que meu ser fosse assim, SEDUTOR. Ontem, tive tantos pensamentos bonitos; de repente tudo é confusão. Sou fenomenológica. Observo os fenômenos e nada é.   Tudo desliza e me perco. Não sei o que é ser ética, nem moral. Quiserá defender uma “causa”, ou acredita que existem “causas” para serem defendidas. Somente a fluidez é eterna. Esta certeza consome.