Postagens

Mostrando postagens de junho, 2017

Pode-se dizer tudo a um amigo, sem que ele se lembre de nada

Imagem
(foto Elizabeth Venâncio 2017) Amigo é um bicho interessante, não nos deixa sem sorrir Pode-se dizer tudo a um amigo, sem que ele se lembre de nada Amigo  só nos dá esperança Nos momentos de amizade despreocupados, deseja-se muito bem a um amigo

O que está muito perto, quase sempre não reluz

Imagem
(Foto Brenno Sarques, Museu Cora Coralina, Goiás Velho-GO 2017) Os olhos se voltam para o distante Impactante O que está muito perto, quase sempre não reluz Os pensamentos são para a lua, envolvente desconcertante Assim, o homem a procura No desejo imponderável pelo novo No afeto ao longínquo Sem saber que nele ela já habita

Poema: Para me distrair da morte

Imagem
(Foto: Elizabeth Venâncio, cidade de Goiás Velho-GO, 2017, representação da poetisa Cora Coralina observando a vida que passa.) Para me distrair da morte estudo, tal qual o meu poeta mais amado, Augusto dos Anjos, que versos comoventes, que beleza sem igual Para me distrair na vida busco ser imortal, realizar um grande feito, ser lembrada por meus pares, não na diferença, mas no igual Para me distrair do sofrimento desejo que cessem as dicotomias, o dualismo direita/esquerda, mal/bom, homem/mulher, doce/amargo... restando o igual Para me distrair da incomunicabilidade com o igual, reflito e revejo meu desejo de cessar o diferente, o desigual Para me distrair de minha intolerância, abro-me para algo ainda mais intolerante, o outro com a diferença que não habita em mim, nem em seu igual Apenas, para me distrair...

Deserto do Atacama, Chile

Imagem
Sofia estava sentada em uma pedra, no deserto do Atacama, no chile.   Seus olhos pairavam acima da imensidão de calor e cores, quando veio até ela uma estranha criação e questionou: - Quando o ser humano se torna consciente de seu próprio pensamento encontrou a liberdade? - Não sei. Respondeu Sofia. - Não te preocupas a prisão de sua ignorância? - Não, se posso contemplar tamanha beleza. (silêncio) Autora: Elizabeth Venâncio Foto: José Antonio Fornés

POEMA: Diante da votação da chapa Dilma/Temer não me iludo

Imagem
Diante da votação da chapa Dilma/Temer não me iludo Intimamente sei da minha desgraça em estudo Para onde vamos (o mundo inteiro o nota) Nos meus olhares envergonhados e fúnebres, carrego A indiferença estupida dos que poderiam não ser cegos E o ar indolente dos impunes a sorrir dos idiotas! Tanta corrupção na alma me assombra Entristece Brasília, pátria minha!! Em vão um grito aterrorizante, que não deslumbra Diante dos vermes na bela-sombra Entristece Brasília, amada minha!! Diante do silêncio dos que dormem a sua sombra Autora: Elizabeth Venâncio

Prosa do Cotidiano: Pensamentos & Corpos

Imagem
      O espelho refletia uma jovem mulher, cabelos negros, rosto oval, olhos levemente castanhos e na face um contentamento apaixonado. Carol pensou: Sim estou feliz. Sua felicidade não vinha do mundo que a rodeava, era algo interno, inabalável. Ela era psicóloga, olhava o que se escondia por trás das coisas, das palavras, dos sentimentos. Ao se posicionar não carecia de legitimação cultural. Sempre fazia uma análise crítica de todas as situações, os diálogos, a postura, a história passada da pessoa que se refletia no presente.  A vida para ela era um Espaço de aprendizagem, de acolhimento e reconhecimento do outro. Carol sabia enfrentar atitudes preconceituosas, verificar as tensões étnicas, sem jamais camuflar e compactuar com práticas violentas.         Naquela manhã ela caminhou pela longa calçada do parque vaca brava, radiante. O sol brilhava, pessoas com cachorro, palmeiras imperiais a balançar ao vento e um lindo lago de uma insustentável beleza.         Carol observou o