(Foto: Elizabeth Venâncio, cidade de Goiás Velho-GO, 2017, representação da poetisa Cora Coralina observando a vida que passa.) Para me distrair da morte estudo, tal qual o meu poeta mais amado, Augusto dos Anjos, que versos comoventes, que beleza sem igual Para me distrair na vida busco ser imortal, realizar um grande feito, ser lembrada por meus pares, não na diferença, mas no igual Para me distrair do sofrimento desejo que cessem as dicotomias, o dualismo direita/esquerda, mal/bom, homem/mulher, doce/amargo... restando o igual Para me distrair da incomunicabilidade com o igual, reflito e revejo meu desejo de cessar o diferente, o desigual Para me distrair de minha intolerância, abro-me para algo ainda mais intolerante, o outro com a diferença que não habita em mim, nem em seu igual Apenas, para me distrair...