O formato midiatizado da globalização

É possível afirmar que a mídia
não só detém a função de mecanismo desencadeador da legitimação ideológica da
globalização capitalista, mas também enfeixa possibilidades de transformações inesperadas.
Uma
vez que os dispositivos de comunicação são utilizados para unificar
simbolicamente o formato midiático das práticas discursivas, na busca por
transformar o singular em homogeneidade. Ou seja, requalificar a vida social do planeta
e realizar a junção em torno de crenças, valores, estilos de vida e padrões de
consumo quase sempre aliados com a razão competitiva dos mercados globalizados.
Os meios de comunicação (somado os tradicionais como jornais, rádio, televisão,
até as redes cibernéticas) produzem uma linguagem própria pela qual se difundem as significações indispensáveis à
aceitação generalizada da ideologia do global.
Apesar
dessa tentativa de homogeneização, convém lembrar que existe um solo fértil
para à virtualização de conhecimentos, às sociabilidades cooperativas e à
democratização da esfera pública na ambiência da mídia. Por exemplo, a
internet, atualmente, vem sendo utilizada como um novo tipo de ativismo,
portanto, um contradiscurso de resistência às dominações ideológico-culturais,
que combina participação social com interatividade midiática. Nesse sentido, é
possível citar as manifestações de ruas ocorridas “espontaneamente” no Brasil,
nos últimos anos.
Diante
do embate de forças, o caminho parece ser, portanto, fundamentado nos articuladores
discursivos, das elites logotécnicas constituídas por jornalistas, financistas,
professores, especialistas em marketing, artista, tecnoburocratas, bem como da
dona de casa, do desempregado, do estudante, ou seja, todos devem ser agentes de fomentação de melhoria das políticas públicas democráticas para os serviços e espaços de comunicação,
não só dentro de uma visão supranacional, mas também de resgate da diversidade, ponto fundamental para a coexistência dos povos, das nações e das culturas.
Autora: Elizabeth Venâncio
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