Plágio, porque te quero!


(imagem: https://redecontinentalfm.com.br/plagio-um-assunto-para-ser-levado-a-serio)
  
      Certo dia me convidaram para falar acerca de plágio em uma universidade. Para abordar o assunto busquei primeiro o Código Penal, Art. 148 - Decreto Lei 2848/40, que em uma das tipificações do crime de plágio estabelece pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (anos); escolhi cuidadosamente dois exemplos da vida prática: um cidadão que se utilizou de obras de outras pessoas para se promover, afirmando ser de sua autoria, e uma pesquisa realizada em assembleias legislativas de todo o Brasil em 2017, demonstrando que muitos dos projetos de lei aprovados eram cópias.
     Em sala de aula expliquei o motivo da minha visita e distribui um formulário perguntando: O que é plágio? Ofereci guloseimas para que a experiência fosse mais prazerosa e houvesse uma possibilidade de empatia entre a professora e os alunos. Quando os estudantes leram suas respostas ficou cristalino que o conceito de plágio não era um problema, todos sabiam o significado e as consequências de se plagiar. Então, qual seria o motivo da universidade estar tão preocupada com o copiar e colar de trabalhos disponíveis na internet.
      A medida que a aula transcorria distinguimos situações semelhantes ao plágio, mas que não era plágio. Por exemplo, quando crianças imitam o jeito da mãe e do pai; os adolescentes copiam a maneira de vestir dos seus ídolos, os profissionais de mídia, apresentadores de TV, repetem estilos e performances, entre outras amostras corriqueiras que constroem as relações interpessoais.
     Após constatar que os seres humanos copiam quase o tempo todo, era necessário perceber por que não plagiar. Houve honestidade para admitir que usar uma ideia sem dar os devidos créditos era o caminho mais rápido para realizar uma tarefa e se autopromover, ou seja, a lei do menor esforço. Por outro lado, também como fator de dificuldade, o pensamento crítico e criativo, imprescindíveis para se produzir ideias originais, exige trabalho árduo, dedicação e força de vontade. Daí o número elevado de plagiadores.
    Enquanto professora bradei - Resistíreis, apesar da ideia de plágio ser tentadora, sucumbir a ela seria o mesmo que cair no circulo infinito da mediocridade. Nós, humanos, só sobrevivemos pela criatividade de resolver enigmas, desde a descoberta da utilização do fogo até a invenção dos aviões, portanto, plagiar constitui-se na absoluta falta de criatividade, senso crítico, valores morais e éticos. Sem os quais não somos nada.

Elizabeth Venâncio
Mestra em comunicação

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