PERCEBO O INDISTINGUÍVEL


Corro sozinha, nenhum vocábulo, somente axiomas.
Revivo meus entes queridos, que não posso tocar.
Lembro coisas que fiz há anos e que ainda me sinto culpada.
Perdôo a mim mesma e corro.
Reflito acerca de tudo, noto as árvores.
Gosto mesmo de correr sozinha!
O tempo se torna infinito.
Arrazôo a teoria do caos.
Penso em mil formulações e conceitos, querendo definir o que sou.
Quem sou?
Gosto de correr sozinha, mas nunca estou só.
Convivo com os pisares desengonçados, elegantes, vacilantes... de tantos que não sou eu.
Sou diferente...
E mesmo diferente faço parte, como se fosse um fragmento da calçada, um pedaço do  céu.
Gosto de correr sozinha, por que percebo o indistinguível.

Comentários

  1. Perceber a amálgama e fazer a destrinça é um privilégio de poucos!
    Um poema profundo e que nos leva à reflexão.
    Beijos,

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  2. Obrigada, Beth, pelo comentário no Ruas e Papéis. Você é mesmo uma pessoa muito sensível e importante aos que têm a sorte de conviver (ou de ter convivido, meu caso) com você.
    Eu também acho que correndo sozinha, a gente vê muita coisa que seria impossível perceber de outra forma. A solidão, algumas vezes, é questão de sobrevivência... mas tenho descoberto como nunca o valor das boas companhias. Elas também são questão de sobrevivência.
    O melhor caminho é mesmo o do meio.
    Beijo, menina.

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  3. Lindo poema, Elizabeth! Cheio de sensibilidade e determinação. Parabéns!

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  4. ''Gosto de correr sozinha, mas nunca estou só. '' o correr realmente nos faz refletir! , parabéns por conseguir relatar um pouco de seu cotidiano de forma envolvente e prazerosa conosco. e é isso , o eterno , o infinito está nos pequenos prazeres que construímos de uma forma ou de outra. espero que o escrever possa te proporcionar um desses prazeres, pois ler seus poemas já se tornou um prazer para min , de seu sobrinho e adimirador lucas venancio .

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  5. Temos nossos momentos e precisamos destes momentos de estarmos só,de solidão...pois é neste momento que sentimos o nosso íntimo que nen sempre aflora espontâneamente! Loucuuuraa!
    BJS.

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