Eu nasci imortal




Penso e sou mulher.
Difícil, mas insisto.
Como apreender a existência neste estilhaço de tempo?
Eu nasci imortal.
Meu coração alforriado.
Minhas ações desordenadas, revolucionárias, apaixonadas...
Sem conhecer limites.
Alheia a restrição espacial.
Só tive medo do tempo.
Senhor implacável.
Minuto após minuto.
A cada pequena perda.
Suprimindo...
Jugulando...
Dilacerando a alma.
A imortalidade empalideceu.
E observo a morte.
Vejo-a galopar freneticamente.
Sorrio, pois posso deté-la.
Eu armazenada em uma folha de papel.
Bem guardada poderei percorrer séculos, ludibriando o efêmero.
Mesmo em um opúsculo que nunca será lido.
Um folhetim resguardando pequenos fragmentos de manha e deleite.
Venci.

Comentários

  1. Poetisa...gente!
    Surpresa de novo!
    Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Olá Elizabeth!
    Belíssima poesia, como saber que
    mesmo morrendo, algo de nós continuará vivo.
    A poesia sobreviverá à qualquer tempestade
    de tempo.
    Um abraço!

    ResponderExcluir
  3. Sim, Elizabeth, somos imortais e estaremos integrando outros estilhaços do tempo. Beijo!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Discurso de Elizabeth Venâncio, chefe da Seção de Relações do Trabalho em Goiás, na abertura do Encontro Regional de Negociação Coletiva e seus Desafios em Goiás - Semana Nacional de Promoção da Negociação Coletiva