cocô
Todos os dias da semana caminho nos mesmos passos, nas mesmas ruas, observo as mesmas arvores, mas faz um mês que algo mudou, alguém fez um cocô enorme bem na esquina da minha vida, causou-me espanto. Porém aquele monte diforme, de cor marron e cheiro acre passou a fazer parte do meu dia, entrou por minhas narinas e despertou em mim o interesse de saber por quanto tempo ele permaneceria. Os dias se passaram lentamente e sempre com novidades, primeiro a cor mudou, depois um pedaço foi arrancado dele, então de repente estava seco e no final de uma semana, não mais do que isto, desapareceu. Mas uma parte dele sobreviveu em mim, pois quando me aproximo da esquina e não estou apressada, meus olhos se voltam para o lugar de sua antiga existência e ainda posso senti-lo.
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