Educação quixotesca - Ensino a distância


               Como um estudante brasileiro que acumula ao longo de sua trajetória índices de insuficiência no aprendizado poderá realizar uma graduação a distância eficiente? Fiquei intrigada com o aumento das matrículas na graduação a distância em 2018, revelada pelos dados do Censo da Educação Superior 2017 divulgados nesta quinta-feira (20).
               Frequentemente os meios de comunicação nos fornecem variadas fontes com a informação de que os estudantes do ensino fundamental e médio possuem insuficiência no aprendizado, estão muito abaixo no nível esperado. A sociedade brasileira conta com diferentes avaliações para aferir a qualidade, a equidade e a eficiência da educação. Uma dessas avaliações é a Avaliação Nacional da Educação Básica — Aneb.
                As avaliações confirmam a precariedade da educação no Brasil, apontando uma ou outra exceção de excelência na área. São referenciados como causa da insuficiência educacional: a baixa remuneração e a falta de desenvolvimento profissional dos educadores; as más práticas de Governança escolar; a omissão e não envolvimento da família e da comunidade, entre outras coisas.
                Vale ressaltar também, o tamanho do nosso sistema educacional. Para atender todos os alunos, o Brasil tem 186 mil escolas e cerca de 2,2 milhões de docentes espalhados pelo país. De cada cem crianças que ingressam na escola, só 65 concluem o Ensino Médio. Dessas, apenas 18 aprendem português adequadamente, apenas cinco assimilam matemática como deveriam e só sete seguem rumo à faculdade, conforme dados do Ministério da Educação.
                Diante desse cenário, é preocupante pensar que alunos com tantas deficiências se tornarão futuros profissionais, tais como, advogados, contadores, pedagogos etc. O discurso é bonito e favorável para a educação a distância, afinal o custo do ensino é mais baixo, horário flexível, disponibilidade de material didático, entre outras coisas.
                Entretanto, o fato é que estudar sozinho não é tarefa fácil, torna-se necessário uma maior eficiência na apreensão do conhecimento, implica organizar as informações, lidar com dúvidas conceituais, ordenar e coordenar aquilo que foi estudado.
               O caminho que estamos tomando parece moderno, tecnológico, apropriado e seria, se  a população brasileira fosse, antes,  detentora dos conhecimentos de uma educação básica de qualidade e gratuita, com professor bem remunerados e preparados.

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