Avaliação: O acontecimento da Greve Geral


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By Elizabeth Venâncio   
        
   O acontecimento da Greve Geral nesta última sexta-feira (28) repercutiu internacionalmente, por meio do jornal El país. Os analistas, produtores de sentidos, correram para avaliar. Tarefa difícil quando realizada com ética, pois envolve uma disputa de significados, uma rede de interesses, um intercruzar incorpóreo e sútil de coisas. Entretanto, para alguns a avaliação já estava pronta, tal qual um obituário de pessoa famosa, bastando colocar a data da morte.
O sentido do mundo não está nele. É algo produzido a cada momento em que se entra em contato com as coisas. Tanto as coisas, quanto quem as apreende estão em eterna transformação, logo não existe algo contínuo, imutável, duradouro nas relações entre humanos. Pode-se dizer que somos nós que damos sentidos ao mundo e apesar de tentarmos utilizar padrões comportamentais, matemáticos ou linguísticos para explicar um evento, isto não é possível, pois nenhum fenômeno produzido pelo ser humano é previsível, nossa racionalidade e criatividade é capaz de superar em muito as expectativas dos analistas.
O que se pode fazer em uma situação como esta é juntar as peças do quebra-cabeça. Nota-se que a manifestação não se igualou a de 2013 em termos de participação popular, o que não deve ser interpretado, necessariamente, como uma desmobilização das “classes subalternas”. Antes, é preciso observar a conjuntura do evento, no passado as pessoas foram à rua, inicialmente, pelo aumento da passagem de ônibus. Algo que elas compreendiam muito bem. Hoje, o palco de discursão é amplo. Uma reforma trabalhista e previdenciária complexa, difusa, não discutida e com uma economia em recessão.
Nesse cenário, o indivíduo não consegue distinguir qual o lado o favorece mais. Em sociedade, sempre operamos com a redução do mundo a luta do bem contra o mal. Essas duas categorias ficam em lados opostos: os que se preocupam com a desigualdade enquanto fator de instabilidade social, dignidade humana e preservação das condições básicas de vida; e, os que acreditam no livre mercado, no embate de forças e na regulação econômica através dos acordos e negociações, sem interferência do Estado. 
Ora, é preciso superar essa dicotomia bem/mal.  Há uma necessidade de avançar e chegar a um acordo consensual. Fazer uma proposta que dê conta de garantir a dignidade social e o crescimento econômico, antes que a mesa seja virada e ninguém possa participar da ceia.


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