Raciocínio complexo

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 começa no mesmo dia que o horário de verão, ou seja, 4 de novembro. Este acontecimento simultâneo prejudica os estudantes, uma vez que além das dificuldades de uma avaliação prolongada, eles ainda estarão com uma hora a menos de sono, o que poderá provocar irritabilidade, desatenção e cansaço.
Se o exame deste ano for igual ao de 2017, toda cautela por parte do avaliado será pouca, por exemplo, as questões de matemática podem exigir cálculos relativamente simples, mas um raciocínio bastante complexo.
Na visão dos educadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), a avaliação requer do aluno muito mais do que decorar fórmulas: é preciso entender conceitos. É esse um dos principais entraves ao ensino de matemática nas salas de aula do Brasil; boa parte das aulas é mais focada em fórmulas do que no estímulo ao raciocínio lógico e ao pensamento matemático.
Neste cenário de exigências avaliativas, desenvolver nos jovens a capacidade de pensar de forma elaborada é premente. Tal qual defendia o filósofo americano, Matthew Lipman, fundador da filosofia para crianças. Para ele, as crianças têm a capacidade de pensar abstratamente desde muito cedo. Esta habilidade infantil poderia ser aprimorada se a filosofia, por meio do estudo da lógica, fosse incluída na educação fundamental.
Desde 1974, inúmeros centros e grupos de pesquisa de vários países implementaram ações no sentido de estudar no processo educacional formas de ensinar as crianças a pensar melhor. O objetivo seria ajudar a esclarecer o pensamento, fazer melhores distinções e reconhecer as etapas de um raciocínio. Atualmente, a UFG desenvolve pesquisa de procedimentos pedagógicos para o ensino de filosofia para crianças em parceria com a Universidade de Sevilha, na Espanha.
Para os pesquisadores Wilson Alves de Paiva, José Barrientos Rastrojo e Walter Omar Kohan mesmo a filosofia não sendo uma prática obrigatória na legislação educacional fundamental esta poderia contribuir e muito para o aprendizado de todas as disciplinas, uma vez que ao dominar regras de raciocínio aprende-se a refletir acerca do mundo de forma clara e coesa.
Assim, é preciso procurar caminhos seguros para superar a insuficiência de aprendizagem atual. Também, para aprimorar a capacidade do aluno de formular problemas, estimar, medir e distinguir em todas as áreas do conhecimento.
Elizabeth Venâncio 
Membro do Grupo de pesquisa Filosofia para Crianças UFG

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