“Ah”! Pretensão de voltar Ao tempo do alvorecer, Dos sonhos de minha meninice Dos anos em que só corria! Alegria, vigor, que sonhos, Naqueles tempos fugazes, À sombra das jabuticabeiras..” Meu avô era abundantemente vaidoso. Gostava dos cabelos cortados a cada quinze dias, nada de tesoura, apreciava a navalha. Sempre vinha o barbeiro, velho e magricela, com a feição própria das aves esfomeadas do sertão nordestino. Ficava por horas e horas a conversar, falava de um tudo, das brigas de vizinhos, das moças que se perderam, dos rapazes a aprontar e, sobretudo de política, que sempre foi a paixão de meu avô. Enquanto sua voz esganiçada se projetava além dos muros de nossa casa, os cabelos fragmentavam-se, deslizando serenamente para o chão. Cabelos graúdos, másculos, alguns fios brancos a misturar-se no negro ébano. Aos meus olhos tudo parecia encantador. Ficava sentada bem perto, observando. Havia uma força emanando daquele pequeno espaço, a sombra do cajueiro, força na express...