ANTÔNIO
Ainda pequeno Antônio já dominava o vocabulário Barra-Cordinês. - Rana – era assim que Antônio, com seus dois anos e meios chamava Raimunda. - Hum-Hum - Dá batelão. - Não intica! - Só bocadinho. - Dou-lhe um broque! A verdade é que Raimunda nunca bateu em Antônio, dizia para mantê-lo quieto, sabia que Amariano, seu pai, era severo demais e naquela época Antônio seu único filho homem, o orgulho da família. Escolheu o nome para o menino não por causa de Santo Antônio, nada a desmerecer o santo, muito pelo contrário, era devoto, fervoroso e fiel, um verdadeiro católico apostólico romano, negar jamais, porém o desejo pelo nome surgiu em uma conversa... Amariano gostava de aprender, tinha o prazer dos viciados, caminhava léguas por um bom-papo, não media esforços quando o assunto era o debate sadio de idéias, gostava de argumentar, encontrar soluções, falar de política, ouvir histórias de outras épocas. Foi assim que descobriu o brasão de sua família, sentia orgulho em mostrá-lo, t...