Prosa do Cotidiano: Pensamentos & Corpos

      O espelho refletia uma jovem mulher, cabelos negros, rosto oval, olhos levemente castanhos e na face um contentamento apaixonado. Carol pensou: Sim estou feliz. Sua felicidade não vinha do mundo que a rodeava, era algo interno, inabalável. Ela era psicóloga, olhava o que se escondia por trás das coisas, das palavras, dos sentimentos. Ao se posicionar não carecia de legitimação cultural. Sempre fazia uma análise crítica de todas as situações, os diálogos, a postura, a história passada da pessoa que se refletia no presente.  A vida para ela era um Espaço de aprendizagem, de acolhimento e reconhecimento do outro. Carol sabia enfrentar atitudes preconceituosas, verificar as tensões étnicas, sem jamais camuflar e compactuar com práticas violentas.
        Naquela manhã ela caminhou pela longa calçada do parque vaca brava, radiante. O sol brilhava, pessoas com cachorro, palmeiras imperiais a balançar ao vento e um lindo lago de uma insustentável beleza.
        Carol observou o homem que corria em sua direção, estava sem camisa, o suor a escorrer. Que visão bela! Os corpos são poesia, encantamento, arte. Por isso amava tanto a fotografia onde os corpos são preservados. Carol sorriu, lembrando como as pessoas ao passar em frente a um espelho olham. Aquele olhar é de estranhamento, de pergunta: que corpo é esse?  É tão interessante as coisas que há no mundo,suspirou.

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